CNIJMA: delegados resolvem desafios da emergência climática

Foto: Divulgação/MEC
Gincana com atividade prática colocou estudantes de todo o país diante de desafios reais para pensar soluções coletivas para emergências climáticas. Conferência nacional termina nesta sexta-feira (10), em Luziânia (GO)
Os estudantes delegados da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) viveram, na quinta-feira, 9 de outubro, uma experiência prática com a gincana de desafios de emergências climáticas Moty’rõ. Realizada em parceria com os Escoteiros do Brasil e o Live Lab, a atividade colocou à prova o conhecimento, a criatividade e o trabalho em equipe dos cerca de 800 participantes de todo o país, que estão reunidos em Luziânia (GO) para discutir o futuro climático do planeta.
Oriunda do Tupi, a palavra Moty’rõ significa “trabalho em comum”. O conceito não se traduz em uma competição, é uma vivência de transformação: um mutirão de esperança, que inspira os estudantes a agirem com coragem, solidariedade e compromisso na construção de um futuro sustentável para todos.
Distribuídos em sete bases temáticas, representando os biomas brasileiros e a zona costeira, os delegados enfrentaram situações inspiradas em emergências reais, como ondas de calor, queimadas, inundações e evacuações. As provas foram realizadas em diferentes espaços do local do evento: embaixo de árvores, próximo à lagoa e até na piscina, simulando ambientes que remetem aos ecossistemas brasileiros.
Maria Aniely, delegada do Mato Grosso do Sul, destacou a importância da proposta pedagógica da gincana, que alia diversão e aprendizado sobre os temas abordados. “A gincana foi incrível! Essa dinâmica de usar brincadeiras para transmitir a conscientização é uma maneira muito boa de ensinar os adolescentes e jovens, que é o objetivo dessa conferência”, afirmou.
Os grupos, formados por até 80 estudantes, precisaram criar rotas de fuga, planejar resgates e desenvolver estratégias de proteção ambiental e social. Em cada estação, os participantes refletiram sobre as consequências sociais e ambientais das mudanças climáticas, incluindo situações de conflito territorial, invasão de garimpeiros e ameaças a comunidades locais. Ao final, após os desafios que duraram de 15 a 20 minutos, os delegados se reuniram para debater as soluções criadas e compartilhar aprendizados.
Retrospectiva – A etapa nacional da CNIJMA começou na segunda-feira, 6 de outubro, reunindo delegações dos 26 estados e do Distrito Federal em uma grande celebração da juventude e da sustentabilidade. O primeiro dia foi marcado pela cerimônia de abertura, com apresentações culturais e falas de autoridades do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), destacando a importância da educação ambiental nas escolas.
No segundo dia (7), os participantes se dividiram em oficinas temáticas inspiradas no conceito guarani de Arandu, que simboliza a sabedoria construída pela escuta e pela sensibilidade. As oficinas promoveram espaços de diálogo, experimentação e aprendizado coletivo. Nelas, os participantes vivenciaram experiências que unem ciência, arte, cultura e educação ambiental, discutindo temas como mudanças climáticas, protagonismo juvenil, combate à desinformação e sustentabilidade.
Já na quarta-feira (8), a conferência contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, os estudantes entregaram aos chefes de Estado a Carta Compromisso das Crianças e Jovens pelo Futuro do Planeta e a Carta Musical Raiz que Floresce. Os documentos estão sendo elaborados pelos jovens e pelas crianças presentes na conferência e são inspirados na lenda guarani Terra sem Males, uma narrativa ancestral que expressa o desejo por uma sociedade mais justa, solidária e sustentável.
Um legado de participação – Desde 2003, a CNIJMA envolveu mais de 20 milhões de pessoas. O programa tem valorizado a educação ambiental como política de Estado e promovido a inclusão de temas como mudanças climáticas e proteção da biodiversidade nos currículos escolares, conforme a Lei nº 14.926/2024. O processo fortalece o protagonismo infantojuvenil e conecta a educação básica às grandes agendas globais de meio ambiente e clima.
Em 2025, a conferência tem como tema: “Vamos transformar o Brasil com educação e justiça climática” e faz parte do movimento de preparação do país para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA). Podem ser delegados da conferência crianças e adolescentes de 11 a 14 anos, matriculados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.
Com informações da Assessoria de Comunicação Social do MEC
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